27.9.09

Debate em resumo

Como prometido, vamos resumir nesse post como foi o debate com o David França Mendes, diretor do longa "Um romance de geração", que exibimos na última edição do compulcine, no dia 22 de setembro. O bate papo durou mais ou menos uma hora e foi repleto de perguntas sobre o processo de adaptar uma obra literária (no caso o livro homônimo, do escritor Sério Sant'Anna) para o cinema.
Apesar de ter lido o livro várias vezes, David contou que optou por deixá-lo de lado na hora de escrever o roteiro para ter certeza de que colocaria nele somente as suas impressões. A ideia era criar algo totalmente novo, que tivesse a sua própria marca. Deu certo: Sant'Anna não só aprovou o resultado, como também se sentiu tentado em usar o filme para corrigir o que não gostava no livro. Processo que fica claro na tela, quando assistimos, em meio à ficção, cenas em que diretor, escritor e atores debatem os rumos da obra e o que esperam dela.
Recurso que David encontrou para dar conta de um dos aspectos mais fortes do livro, que é sua escrita em forma de atos, como se fosse uma peça de teatro. A escolha de três atrizes para interpretar a personagem principal, segundo o diretor, também foi uma opção para trabalhar essa peculiaridade... E o público ficou surpreso ao saber que, mesmo sem patrocínio, David rodou o filme todo três vezes, um para cada atriz: a ideia era ter material suficiente para escolher as melhores tomadas de cada uma e montar o produto final.
A falta de recursos também foi um dos assuntos levantados durante o debate. Totalmente independente, o filme foi rodado de madrugada porque era o único período do dia em que atores e equipe de produção podiam se dedicar ao projeto, já que todos trabalhavam em outros lugares... David falou que a única coisa que prometeu a todos era que o filme seria lançado!
Por fim, alguém perguntou o que era mais fácil: ser roteirista ou diretor? David respondeu que, modéstia a parte, ele tinha certeza de que escreve bem... Já dirigir, não faz a mínima ideia. Mas garantiu, brincando, que ser diretor é moleza: basta chegar no set e responder as perguntas que a equipe faz. Simples assim.

24.9.09

Impressões e o resultado da rifa

Fechamos muito bem o ciclo "Cinema e literatura" com a exibição de "Um romance de geração" e o debate com o diretor, David França Mendes. Ele falou sobre o processo de adaptação do livro de Sérgio Sant'Anna, as dificuldades de produzir um filme totalmente independente e sobre essa sua primeira experiência solo na direção. Foi bem bacana! Ainda esta semana postamos aqui um resuminho com os destaques do debate para quem perdeu.

E já que todos estarão no Festival do Rio mesmo, o compulcine interrompe por uma semana sua programação e, portanto, não teremos sessão no dia 29 de setembro! Em 6 de outubro, de volta à Editora Multifoco, estreamos o novo ciclo, que vai exibir longas que passaram pelo Festival do Rio em anos anteriores mas nunca chegaram ao circuito comercial. Fiquem ligados no blog e no Twitter, onde em breve divulgaremos a programação completa!

A sessão dessa terça marcou também o sorteio da rifa de 5 DVDs. O sortudo que levou para casa a nossa seleção internacional de filmes foi o Nelson Vasconcelos, que poderá ver (ou rever), no conforto do lar, "Acossado", de Jean-Luc Godard, "Era uma vez no Oeste", de Sergio Leone, "O sétimo selo", de Ingmar Bergman, "Laranja mecânica", de Stanley Kubrick e "O império dos sentidos", de Nagisa Oshima. A entrega foi feita hoje mesmo e registramos o feliz ganhador com suas novas aquisições, como vocês podem ver na foto abaixo.


18.9.09

Uma aula de adaptação

Se você conhece o trabalho do roteirista David França Mendes e ainda gosta dos livros do escritor Sérgio Sant'Anna, tem dois bons motivos para aparecer na próxima sessão do compulcine. Para encerrar o ciclo "Cinema e literatura", vamos exibir o filme "Um romance de geração" (2008), primeiro longa de David como diretor, elaborado a partir do livro homônimo de Sant'Anna.

Nada mais apropriado, já que o filme aproxima a câmera de um escritor em crise. Após publicar um livro aclamado pela crítica, Carlos Santeiro (interpretado por Isaac Bernat) é esquecido pelo público e se entrega à bebida e ao jogo. Mas vê uma chance de recuperar sua notoriedade quando uma jornalista (vivida por três atrizes: Lorena da Silva, Nina Morena e Susana Ribeiro) decide entrevistá-lo.

A sinopse transmite apenas uma ideia do que será visto na tela, já que o filme inova em formato ao mostrar atores, diretor e escritor lado a lado, discutindo os rumos da obra, como se fosse uma peça de teatro. O resultado é quase uma aula sobre adaptação de literatura para cinema, tema que será discutido, após a sessão, pelo próprio David França Mendes, que aceitou o nosso convite para participar de um debate. Eis o terceiro bom motivo para você não perder!

Quem já foi, sabe: a sessão começa pontualmente às 20h30 no Espaço Cinema Nosso, que fica na Rua do Rezende 80, Lapa. A entrada é franca.

9.9.09

Um mergulho na piscina de François Ozon

Escritora de romances policiais em crise criativa refugia-se em casa de varaneio afastada para escrever seu próximo romance, mas tem sua tranquilidade abalada com a chegada da filha do dono da casa. A sinopse pode não parecer das mais atraentes, mas o grande trunfo de "Swimming pool - à beira da piscina", de François Ozon, está no seu elenco. A diva francesa Charlotte Rampling e a jovem talentosa Ludivigne Sagnier estão brilhantes em cena e exibem uma química indiscutível nos papéis da escritora séria e reprimida/ adolescente libertária e despudorada cujo conflito é a grande mola propulsora do filme.

O longa, atração do compulcine na próxima terça-feira, veio logo depois de "8 mulheres", um dos mais aplaudidos trabalhos do diretor. A trama tem um quê de drama psicológico e análise da sexualidade feminina com mais uma dose de suspense e um desfecho que, apesar de surpreendente, não deve ser encarado como a grande sacada do filme. Melhor é a bela direção de Ozon no embate constante entre as duas personagens e na maneira como relata o processo criativo da escritora.

Além de todos os motivos "sérios" listados acima, os marmanjos ainda têm mais um motivo para conferir "Swimming pool": a beleza das duas atrizes, que é explorada o tempo inteiro pelo diretor, seja nas cenas de sexo ou nos desfiles de Sagnier seminua à beira da piscina.

Na próxima terça-feira, dia 15 de setembro, no Espaço Cinema Nosso, na Rua do Rezende 80, na Lapa (veja o mapa). O filme começa às 20h30m. E é grátis!

***

Mais uma novidade é que fechamos a programação da última sessão do ciclo "Cinema e literatura". Vamos exibir o longa "Um romance de geração", de David França Mendes. Adaptação do livro homônimo de Sérgio Sant'Anna, o filme conta a história de um escritor em crise criativa e, em meio à ficção, exibe também cenas de Mendes, Sant'Anna e dos atores ensaiando, mostrando a dificuldade de transpor o romance para as telas. Após a exibição, haverá um debate com o diretor.

***

E ainda está rolando a venda de rifas do nosso box internacional de DVDs! Os filmes em jogo são "O sétimo selo", do sueco Ingmar Bergman, "Laranja mecânica", do americano Stanley Kubrick, "Acossado", do francês Jean-Luc Godard, "Era uma vez no Oeste", do italiano Sergio Leone, e "O império dos sentidos", do japonês Nagisa Oshima. Vamos vender os números ainda nas próximas duas sessões, nos dias 15 e 22. Tudo isso pela módica quantia de R$ 3. Quem não puder ir a nenhuma das duas exibições, entra em contato pelo compulcine@gmail.com que a gente dá um jeito!

5.9.09

Quando a ordem é queimar papel

O segundo filme do ciclo "Cinema e Literatura", do compulcine, não vai falar de roteiristas com dificuldade para adaptar um livro ou de escritores com bloqueio criativo.
Dirigido por François Truffaut, "Fahrenheit 451" (1966) vai mais além: mostra como seria o mundo se não houvesse literatura. Baseado no livro homônimo de Ray Bradbury, de 1953, o longa nos transporta para um estado totalitário fictício, onde os livros eram queimados por serem considerados nocivos e propagadores de infelicidade. Somos convidados a acompanhar o bombeiro Montag (Oskar Werner) em sua jornada de trabalho, que nada tem a ver com apagar incêndios, mas sim queimar livros e bibliotecas e prender amantes das letras.

Tudo vai bem até que o personagem conhece Clarisse, uma ativista da resistência (interpretada por Julie Christie), que muda sua visão sobre o que está acontecendo: Montag não só começa a ler, como também passa a se questionar sobre a atitude do governo. Há quem diga que o filme(primeiro em cores do diretor e único falado em inglês) é um dos melhores do gênero ficção científica de todos os tempos... Mas talvez o mais interessante seja perceber como, em plena década de 60, Truffaut já tentava criticar a ignorância da sociedade do consumo e do individualismo em que vivemos hoje.

A exibição será na terça, dia 8 de setembro, as 20h30, no Espaço Cinema Nosso, que fica na Rua do Rezende 80, Lapa. É grátis!

1.9.09

Quer ganhar um box com cinco DVDs?

Vida de cineclubista não é fácil. Mas para tentar angariar algum dinheiro que ajude a pagar as despesas de nossas sessões, resolvemos unir o útil ao agradável: oferecer um mimo bacana aos espectadores e ainda faturar!

Por apenas R$ 3, você entra na rifa de um box de DVDs sensacionais, com representantes de cinco países e de várias cinematografias diferentes. São eles: "O sétimo selo", do sueco Ingmar Bergman, "Laranja mecânica", do americano Stanley Kubrick, "Acossado", do francês Jean-Luc Godard, "Era uma vez no Oeste", do italiano Sergio Leone, e "O império dos sentidos", do japonês Nagisa Oshima.

Para comprar, basta aparecer em uma das sessões do compulcine e procurar pela gente. Quem não puder aparecer, mas ainda assim quiser concorrer, pode enviar uma mensagem para compulcine@gmail.com que a gente dá um jeito!

Hoje já rola a oportunidade de comprar a rifa, na sessão de "Adaptação", de Spike Jonze, que abre o ciclo "Cinema e literatura". A partir das 20h30 no Espaço Cinema Nosso, na Rua do Rezende 80, na Lapa.