5.9.09

Quando a ordem é queimar papel

O segundo filme do ciclo "Cinema e Literatura", do compulcine, não vai falar de roteiristas com dificuldade para adaptar um livro ou de escritores com bloqueio criativo.
Dirigido por François Truffaut, "Fahrenheit 451" (1966) vai mais além: mostra como seria o mundo se não houvesse literatura. Baseado no livro homônimo de Ray Bradbury, de 1953, o longa nos transporta para um estado totalitário fictício, onde os livros eram queimados por serem considerados nocivos e propagadores de infelicidade. Somos convidados a acompanhar o bombeiro Montag (Oskar Werner) em sua jornada de trabalho, que nada tem a ver com apagar incêndios, mas sim queimar livros e bibliotecas e prender amantes das letras.

Tudo vai bem até que o personagem conhece Clarisse, uma ativista da resistência (interpretada por Julie Christie), que muda sua visão sobre o que está acontecendo: Montag não só começa a ler, como também passa a se questionar sobre a atitude do governo. Há quem diga que o filme(primeiro em cores do diretor e único falado em inglês) é um dos melhores do gênero ficção científica de todos os tempos... Mas talvez o mais interessante seja perceber como, em plena década de 60, Truffaut já tentava criticar a ignorância da sociedade do consumo e do individualismo em que vivemos hoje.

A exibição será na terça, dia 8 de setembro, as 20h30, no Espaço Cinema Nosso, que fica na Rua do Rezende 80, Lapa. É grátis!

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